Alguma coisa morre dentro de mim
a cada minuto.
São esperanças vãs,
expectativas que se frustram,
templos sagrados de um amor que míngua
que sei que se acaba
que se consome,
que me consome,
e que vai morrendo dentro de mim
a cada minuto.
Há muito que morrer dentro de mim.
Passam-se os minutos, as horas, os dias,
e ainda há o que morrer.
Se não hoje, amanhã.
Se não muito, pouco.
E aos poucos se somam as perdas,
somam-se novas esperanças,
vão-se as esperanças,
a brincar dentro de mim,
num redemoinho sem fim.
Sei que há muito a morrer dentro de mim,
porque há lágrimas secas
a chorar, no íntimo, emudecidas.
Um choro que vai e vem,
um choro de perda, agonizante,
apaixonado e triste,
ambíguo como as hesitações,
o saber e o desconhecido,
o certo e o escuro, o dentro e o longe,
batendo na pulsação de cada minuto,
a morrer e a teimar,
quando a noite vem,
implacável na sua lentidão,
no silêncio de dentro e de fora de mim.Dezembro 2001
Lindo, já sou tiéte desse blog
ResponderExcluirMarta de Azevedo Silvares
Quero ver...
ExcluirLindo, primo... "quando a noite vem, implacável na sua lentidão..." é o meu momento. Sucesso
ResponderExcluirObrigado, prima. Volte sempre...
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