A
vida esvai-se pelo ralo.
Vai-se
pelo encantamento dos canos,
água
intangível perdida nos anos
que
logo habitará o oceano
das
lágrimas que derramei em vão.
Em
rigoroso desacordo,
sonhos
e desesperos,
alegrias
fugazes e amores quase inesquecíveis,
trevas
e desilusões,
alimentam
o milagre do mundo,
que
gira também para os opostos.
Opostos
que se atraem,
como
me atraem teus olhos de mel
e
tua boca mascava, que molha a mel e rega pensamentos.
Anos
de eletricidade intrínseca,
a
agitar os mares de minhas veias,
bombeando
a alma, florescendo a paixão
e
o deslumbramento.
Asas
e grilhões, num navegar perene,
entranham-se
no ventre dos peixes,
seres
de prata luminosa e de sal profundo.
Fontes
de vidas que virão,
para
esvaírem-se nos ralos encantados,
em
lágrimas de dor e de esperança,
que
vêm e que vão,
como
as marés das incertezas.
Chile,
fevereiro 2008
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